Maquiavel (1469 - 1527)
"Nicolau Maquiavel (em italiano:
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli; Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527) foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina do Renascimento.
É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna,
pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser. " (
Wikipédia)
Maquiavel, apesar de ser muito conhecido por suas reflexões acerca do funcionamento real do poder, igualmente redigiu comédias e poemas.
Uma famosa obra de arte de Santi di Tito, concluída por volta de 1600, vários anos depois do óbito de Maquiavel, expõe-o jovem e com
um sorriso que assegura a ironia ou bom humor com o que as
biografias recentes o retratam. (Brasil Escola)
Maquiavel não
criou uma teoria política ou um pensamento denso acerca da essência
do poder. De qualquer forma, "suas reflexões são originais e baseadas em uma riqueza de eventos históricos". Sua reflexão política guiou-se "pelos fatos que vivenciou e em suas interpretações com base em circunstâncias históricas, afastando-se, assim, de abstrações ou idealizações". (Brasil Escola)
"Maquiavel é popularmente interpretado como um manipulador esperto e inescrupuloso que escreveu seu tratado, O príncipe, visando insinuar-se junto aos Médici, a mais poderosa família de governantes florentinos em cuja estima tinha sido acolhido. O princípe não é, fundamentalmente ou rigorosamente, um trabalho filosófico. Por um lado, seu sistema apresenta lacunas; por outro, Maquiavel desenvolve um encaminhamento sobre temas que muitos filósofos não se preocupariam em desenvolver. Contudo seu trabalho e personalidade permitem inscrevê-lo no amplo leque de importantes mudanças que caracterizaram o final do século XV, desdobrando-se no mundo moderno. Ademais, no decorrer de sua pesquisa ele lança uma nova luz nas relações políticas e sociais da Renascença e da modernidade. No seu trabalho, a filosofia é mais implícita do que explícita, sendo mais assimilada que observada." (DIANÉ, 2006)
Raymond Aron (1996), então reflete: "Maquiavel teve a coragem de ir até o fim de uma lógica de ação contra a qual o leitor procura abrigo em interrogações sem resposta". (grifei)
Enquanto isso, Fernando Henrique Cardoso (2010) aguça: "É mais do que banal a referência a alguns livros, como O príncipe, dizendo que são "clássicos", pois o tempo passa e sua contemporaneidade permanece. Que um livro se mantenha nesta condição por algumas décadas, já é uma façanha. Atravessar os séculos, então, é proeza para poucos autores. Mas o que os faz permanecer vivos?" (grifei)
Finalmente, a obra de Maquiavel se trata de algo mais do que apenas um tratado sobre o jogo político. "O príncipe é um estudo sobre as oportunidades oferecidas pela fortuna, sobre as virtudes e os vícios intrínsecos ao comportamento dos governantes. Suas observações sobre moralidade e ética permanecem espantosamente atuais" (2010).
Referências
DIANÉ, Collinson. 50 grandes filósofos. Tradução: Maurício Waldman e Bia Costa. 3a. edição. São Paulo: Contexto, 2006.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução: Maria Júlia Goldwasser. Prefácio: Raymond Aron. 2a. edição. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução: Maurício Santana Dias. Prefácio de Fernando Henrique Cardoso. Tradução dos apêndices de Luiz A. de Araújo. São Paulo: Penguin Classics. Companhia das Letras, 2010.
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